UTOPIA & GENTRIFICAÇÃO / SECÇÃO REGIONAL DO SUL DA ORDEM DOS ARQUITECTOS

21 ─ 30 de Novembro

EXPOSIÇÃO

Inauguração: 21 de Novembro, 20:30h
Exposição: 22 a 30 de Novembro

Ideal Spaces é um projeto de arte e investigação que procura experienciar espaços de relevância social e imaginativa. Não se limitando ao espaço arquitetónico, foca-se também na imaginação social expressa nos espaços idealizados e na forma como estes impactam a arquitetura, a arte e a esperança humana. Tem ainda uma vertente dedicada aos aspetos práticos e à criação de novos espaços comunitários.

Left Hand Rotation é um coletivo artístico que, desde 2005, desenvolve projetos que articulam intervenção, apropriação, registo e manipulação de vídeo. O coletivo estrutura-se como entidade impessoal, não sendo associada a nenhum indivídio ou autor, abordando cada projeto sob a consideração de que a comunidade de receção não é apenas um espetador, mas sim uma parte ativa e imprescindível à transformação da realidade social.

BH120 (Belo Horizonte: 120 Anos de gentrificação) é um projecto que recai sobre a fundação da cidade de Belo Horizonte (Brasil) e as consequências do afastamento dos seus habitantes em prol das elites, levando à criação de favelas. O projecto aborda a temática da gentrificação e da consciência urbana.

CONFERÊNCIA

Utopia & Gentrificação
21 de Novembro, 18:00 – 20:30

Moderador: Lucinda Correia

Oradores: Fabiana Pavel, Joana Braga, Junia Ferrari, Matthias Bühler, Ulrich Gehman

Requer inscrição prévia para geral@thenewartfest.com.

SOBRE

«A arquitetura e a tecnologia parecem oscilar permanentemente entre o desejo e a realidade, quer dizer, entre dois extremos: por um lado, o não lugar da Utopia de Tomás Moro, obtido de um relato de Rafael Hitlodeu, suposto companheiro de Americo Vespucio, e que poderia ter sido uma descrição das açorianas irmandades do Divino Espírito Santo, por outro, a gentrificação que há milénios reserva as melhores terras para os mais fortes. No declinar do capitalismo industrial e financeiro forte dos últimos duzentos anos, alimentado sobretudo a carvāo, eletricidade, petróleo, gás natural, e seus derivados, assistimos desde o início deste século a uma exarcerbaçāo da especulação, do endividamento público e privado, e do escapismo tecnológico. Estamos a entrar numa era de capitalismo débil: crescimento lento, escassez e encarecimento progressivos de fontes energéticas abundantes, baratas e móveis, tensões geopolíticas e instabilidade social crescentes, colapso tendencial do chamado ‘estado social’ e das suas principais mega-estruturas, quer dizer, as cidades. A especulação imobiliária numa escala global sincronizada sem precedentes tem vindo a induzir episódios agudos de gentrificação. Um ingrediente mais a somar aos vários fatores de instabilidade social e política que se acumulam. Em que termos podemos hoje discutir o regresso desta dicotomia entre ricos, burocratas e pobres? Onde pára o não lugar da esperança coletiva global neste novo pôr-do-Sol civilizacional?»

António Cerveira Pinto, diretor artístico.