HANDS-ON / MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA

Inauguração 9 de Novembro, 21:00
Exposição 9 ─ 30 de Novembro

 

EXPOSIÇÃO / PERFORMANCES / CINEMA E VÍDEO / WORKSHOPS

EXPOSIÇÃO

Curadoria de António cerveira Pinto, Brian Mackern, Gustavo Romano e Nilo Casares.

Obras de arte materiais e imateriais, sensoriais, mentais, ou especialmente interativas, de mais de 50 autores seminais no aparecimento e desenvolvimento das artes de base tecnológica e cognitiva, nomeadamente na Internet e nas chamadas redes sociais. O The New Art Fest ’18 comemora, com esta exposição, 25 anos de uma revolução tecnológica sem precedentes, na qual a arte não poderia deixar de estar presente, experimentando, inovando e consolidando um novo media de criação, comunicação e criação partilhada. As artes de base cognitiva, tecnológica, científica e filosófica (política) expandiram-se e globalizaram-se ao longo destes 25 anos como nunca o fizeram em toda a história da humanidade. É um fenómeno radical que tarda, porém, a entrar em boa parte dos museus entrincheirados naquilo a que de modo distraído e convencional chamamos ‘arte contemporânea’. Esta exposição demonstra, pela extensão das referências inscritas em 25 bases de dados online, onde poderemos navegar literalmente por milhares de obras de muitas centenas de artistas de todo o mundo, que quando falamos de arte, ciência e tecnologia não estamos a mencionar um nicho cultural, ou de mercado, mas sim a tendência dominante da cultura e das artes no mundo estendido pela Internet.

Seleção de António Cerveira Pinto

Ana Fonseca aborda os assuntos polémicos de forma ousada – embora subtil. As suas imaginações, suportadas por longas pesquisas, são as bases para o seu trabalho com referências culturais e históricas variadas, levando a audiência numa jornada pelo seu universo através de instalações envolventes e performances invulgares.

Em 2018, Brian Mackern apresenta uma versão revisitada da sua obra mítica, La Maquina Podrida (1994-2004), desenvolvida especialmente para o The New Art Fest.

Brian Mackern (Uruguai) é um artista de new media art e designer de projetos web e híbridos desde 1995. É também músico, compositor e fomentador de estruturas e ambientes autogenerativos e reativos. A sua prática artística orbita áreas definidas pela memória e pela recordação, pelas geografias urbanas e cartografias afetivas, pelo ruído, a remistura, o glitch e o data bending. O seu trabalho encontra como foco maior os processos e estruturas dos ambientes reais e digitais, explorando o design de interfaces, a criação de instrumentos, animações de vídeo em tempo real, netart e arte sonora.

War or The Discovery of Television Among the Bees foi o primeiro filme existente na internet. Trata-se de um filme independente realizado por David Blair. Lançado em 1991, transformou-se num filme de culto, sendo exibido em 26 cidades norte-americanas e tendo ainda um complemento teatral no Japão e na Austrália.

David Blair é um artista das áreas da video arte e da arte digital. Trabalha principalmente com vídeo, explorando diferentes tipologias: ficção experimental em longa metragem; instalações de larga escala que incluem pintura, desenho e escultura; bem como arte performativa, encontrando-se todas as vertentes integradas na imagem em movimento.

Gary Hill trabalha com diferentes media – incluindo escultura, som, vídeo, instalação e performance – desde os anos 70. A sua obra intermedia continua a exploração de problemáticas diversas, desde a fisicalidade da linguagem aos enigmas sinestésicos e percetivos e ao espaço ontológico da interatividade do observador. A sua obra foi exposta em museus e instutuições em todo o mundo.

Museu dos [corpos] invisíveis é uma série de micro-documentários sobre a cidade de São Paulo, pensados a partir de situações à margem da visibilidade. Criado de forma colaborativa, o projeto aborda cinco vertentes temáticas, colocando foco nos corpos que a historiografia tradicional subtraiu do discurso sobre a cidade: mulheres, homossexuais, trans, negros, os moradores da periferia e os sem-teto e o poder biopolítico exercido na cidade. As discussões envolvem sexualidade, feminismo e políticas de gênero, segregação racial, periferia, vigilância, emergência, tribos queer e a vida nas ruas. Participam artistas, ativistas e pensadores, somadas a imagens produzidas por um grupo de alunos do curso de Design da FAUUSP.

Giselle Beiguelman é uma artista, curadora e professora brasileira. Pioneira no campo da arte digital e no uso da internet e de redes móveis para intervenções artísticas, encontra como base da sua prática artística e intelectual uma abordagem crítica das mídias digitais e de seus sistemas de informação.

Lucas Bambozzi é um cineasta, artista visual e investigador em novos media brasileiro. São uma constante em seus trabalhos recentes as questões relacionadas ao conceito de espaço informacional e as particularidades de uma arte produzida a partir das mobilidades e imobilidades do contexto urbano.

Traces of a Presence to Come é uma interrogação das (im)possibilidades da criação e do conto: “Incapaz de contar as coisas como são, conto-te uma fábula sobre a evolução das outras espécies, pinto a metáfora de outro universo a ser criado”. Questionando a natureza da criação, identidade e linguagem, o vídeo tenta evocar a nossa imagem (imaginativa) do futuro. Esta peça é apresentada com uma composição original de Stuart Jones.

Em Cinematic Palimpsets 1, Irit continua a analisar as formas como a imagem é criada e percecionada. A obra é composta por ‘ecrãs’ de película de 16mm, apresentados em estruturas de acrílico transparente. Na instalação, a artista usa a luz para ‘projetar’ a película ‘morta’ no espaço, levantando questões sobre as tensões entre o material e o virtual, a obsolescência e a preservação, a forma e o conteúdo – e a imagem estática e em movimento. 

Irit Batsry é uma artista que trabalha sobretudo em vídeo e instalações. O seu trabalho foi extensivamente apresentado em 35 países, tendo ainda recebido o prestigiante Whitney Biennial Bucksbaum Award (2002), dado a “uma artista cujo trabalho demonstra uma combinação singular de talento e imaginação – uma pessoa que promete fazer uma contribuição significativa para as artes visuais”. Recebeu, também, a Guggenheim Foundation Fellowship em 1992 e o Grand Prix Video de Création of the Société Civile des Auteurs Multimedia, Paris (1996 e 2001).

Jeremy Bailey faz neste video uma introspecção partilhada e uma paródia algo angustiada sobre a função psico-terapêutica potencial, e até transcendental, de alguns apps disponíveis na Net, nomeadamente aqueles que vêm associados à chamada Realidade Aumentada. A função destas aplicações e filtros seria, sugere Bailey, ajudar-nos a superar a tensão da corrida incessante exigida pela chamada economia da atenção. Podemos ver no canal YouTube deste artista canadiano uma espécie de reverso do paradigma de Andy Warhol sobre a fama na ‘sociedade do espectáculo’.

Jeremy Bailey é um famoso artista de new media sediado em Toronto. Alguns dos seus mais recentes projectos incluem performances para o Seve non Seven (Rhizome, Nova Iorque), para o Stedelijk Museu em Amesterdão e para o Tate Liverpool.

iClock consiste numa série de ‘desenhos de adivinhação’ diários, criados por John F. Simon Jr. São usados como uma forma de meditação para o artista, servindo ainda de base para trabalhos maiores. Os desenhos são postados diariamente no site www.iclock.com.

John F. Simon Jr. é um artista de new media art sediado em Nova Iorque. O seu trabalho relaciona-se principalmente com a utilização de ecrãs LCD e programação. Nos anos 90, Simon começa a trabalhar software para criação de imagens, apresentando abstrações que variam infinitamente com sequenciamento aleatório, criados em tempo real.

The Great Game consiste num mapa topográfico do Afeganistão. Apesar de inicialmente vazio, a região é gradualmente preenchida por ícones que representam as estratégias militares dedicadas ao regime talibã.

John Klima é um artista de new media art norte-americano que trabalha com dispositivos eletrónicos construídos à mão, hardware de computadores e software para criação de obras online.

Tania Libre é um documentário sobre a artista internacionalmente conhecida Tania Bruguera, realizado por Lynn Hershman Leeson e narrado por Tilda Swinton.

Lynn Hershman Leeson é uma artista e realizadora norte-americana. O seu trabalho combina arte com comentário social, em particular na relação entre as pessoas e a tecnologia. A obra de Leeson com tecnologia media ajudou a legitimar formas diversas de arte digital.

[borders] é uma documentação em vídeo de passeios virtuais em alguns populares mundos online multi-utilizador. A paisagem torna-se bela e hipnótica, sendo o utilizador transportado diretamente para uma quase-visão de Thoreau, “espreitando Elisío, mas apenas como se andasse, investigando os limites e as divisões…”.

No The New Art Fest, apresentam-se 4 partes:

“[borders]”, Chichen Itzas, 2010
“[borders]”, Great Wall, 2010
“[borders]”, Aquitaine, 2010
“[borders]”, LaRocca, 2010

Long Story Short é o resultado de 100 depoimentos individuais sobre a pobreza que tem vindo a crescer nos Estados Unidos, obtidos na Califórnia junto de sem-abrigos, bancos alimentares, centros de literacia básica para adultos e programas de formação para desempregados.

Now He’s Out in Public and Everyone Can See é uma narrativa fragmentada sobre escândalos envolvendo pessoas afro-americanas, negras e mulatas, a partir de uma acumulação de declarações, entre 2009 e 2011, que fazem lembrar a retórica dispersa pelas redes sociais e média convencionais através do fenómeno político e social americano gerado por Donald Trump.

Natalie Bookchin é uma artista sediada em Nova Iorque conhecida pelo seu trabalho em diferentes media. As suas obras incluem jogos de computador, performances colaborativas, intervenções hacktivistas, websites interativos e a distribuição de textos e manifestos. No seu trabalho explora ainda as consequências da internet e das tecnologias digitais em esferas diversas, incluindo na estética, no trabalho, no lazer e na política. 

A tapeçaria iLand apresenta uma paisagem que reflete os mais importantes problemas ambientais. No centro, encontramos uma escultura 3D feita de materiais biodegradáveis e amigos do ambiente. Deixando a escultura sem o acabamento final do processo de pintura torna-se evidente que uma paisagem, como um corpo, se sedimenta justapondo o suave algodão do têxtil.

Programa em C++ que mapeia o seu próprio código para soar a música gravada através do microfone de um iMac – samples de respiração, cliques em teclas ou da artista a cantar. O programa corre o seu código linha a linha utilizando caracteres, espaço em branco, pontuação e comprimentos de linha para criar música. Tal como um poema, a programação deve ser elegante e concisa, fazendo bom uso das pausas. Esta peça traduz a forma como os programadores descrevem o seu trabalho, estranhamente poético, através de uma voz feminina. Alguns aspectos do programa são probabilísticos, pelo que pode correr para sempre sendo sempre diferente. Ainda assim, a estrutura principal do código é sempre discernível.

Sophia Brueckner é uma artista futurista, designer e engenheira norte-americana. O seu objetivo é combinar design e engenharia na perspetiva do artista para criar tecnologia que inspire um futuro mais positivo.

Captured by Algorithm consiste numa série de pratos comemorativos numa celebração do singular, dos momentos fugazes e na forma como algoritmos interpretam os romances mais famosos. Através da mistura de imagens de capa criam-se paisagens imaginárias e fantásticas.

Sophia Brueckner é uma artista futurista, designer e engenheira norte-americana. O seu objetivo é combinar design e engenharia na perspetiva do artista para criar tecnologia que inspire um futuro mais positivo.

Bryant Park Moratorium Rally é um álbum de Tony Conrad, conseguido através da gravação de uma manifestação contra a guerra do Vietname em Manhattan (1969). Esta gravação foi feita através de uma janela aberta, de onde o som chega abafado e com atrasos. Simultaneamente, a televisão de Conrad transmite um acompanhamento da mesma manifestação.

De 1976 a 1982, Tony Conrad criou “Music and the Mind of the World”, uma composição para piano composta por 200 horas de gravações. Durante este período de tempo, sempre que Conrad tocou piado o som foi gravado para esta obra.

Tony Conrad foi um artista de vídeo e som, cinematógrafo experimental, músico, compositor, professor e escritor norte-americano. Ativo em variados tipos de media desde os anos 60, foi ainda um pioneiro do cinema estrutural e da música drone.

“Before Never” é uma deambulação cinemática e sonora em volta da luz tendo por assunto principal uma instalação lumínica do artista e amigo de Tony Katai, Patrick Ethen. A modelo de Tóquio, recentemente chegada a Detroit, e que acabaria por se tornar a personagem humana desta deriva de imagem, movimento e som, chama-se Angelina Vancheri. A voz humana que não entendemos, como se viesse duma parte recôndita do planeta, reforça a atmosfera onírica e misteriosa deste vídeo.

Tony Katai é um fotógrafo, cinematógrafo e realizador norte-americano. Conhecido principalmente pela realização de episódios em Computer Show, realizou também os curtas metragens “Everybody Wants it All” e “AMANITA”.

A série “Tripled” resultou da dissecação da imagem de uma árvore fotografada noite dentro num lugar chamado Ghost Rock (Pedra Fantasma). Segundo o autor, o resultado proporciona como que uma janela entreaberta sobre o infinito, plasmando ao mesmo tempo a energia daquele local e a energia do artista no momento do encontro. Katai descreve o momento como um eclipse do olhar no deserto da mente.

Tony Katai é um fotógrafo, cinematógrafo e realizador norte-americano. Conhecido principalmente pela realização de episódios em Computer Show, realizou também os curtas metragens “Everybody Wants it All” e “AMANITA”.

Noise Aquarium utiliza scans 3D de microcriaturas oceânicas obtidos através de técnicas científicas únicas, imergindo a audiência num “aquário” 3D, cheio de planctons projetados como se fossem do tamanho de baleias. A presença da audiência cria, por si só, visuais destrutivos e ruído, demonstrando as implicações da inação. 

Victoria Vesna é uma artista de digital media art e professora norte-americana. Conhecida pelo seu trabalho feminista na área do vídeo e da internet art, encontra-se no ativo desde os anos 80. A par com colaboradores, é considerada criadora de uma das primeiras obras interativas relacionadas com a nanotecnologia, referida por vezes como nanoart.

World of Awe é um projecto multi-plataforma desenvolvido por Yael Kanarek. Desenvolvendo-se à volta de três capítulos criados entre 2000 e 2006, a peça segue um viajante desconhecido através de um mundo virtual desolado.

Yael Kanarek é uma artista israelo-americana sediada em Nova Iorque, conhecida pelo seu trabalho pioneiro no uso da internet e do multilinguismo nas obras de arte.

Emotions Go to Work é uma investigação sobre como a tecnologia é usada para transformar as nossas emoções em ativos valiosos. Poderia ser vista como uma transformação de emoção em capital. O que traz o futuro para um mundo onde as pessoas são, cada vez mais, tratadas como coisas, enquanto milhões de aparelhos que formam a Internet das Coisas são antropomorfizados?

Glass House consiste numa instalação de imagem em movimento baseada nas notas e desenhos de Sergei Eisenstein para um filme de ficção científica proposto à Paramount em 1930.

Zoe Beloff é uma artista sediada em Nova Iorque cujo trabalho consiste principalmente em instalação, cinema e desenho. O seu trabalho é profundamente ligado à História, sendo frequentemente considerado no campo da arqueologia media.

Seleção de Gustavo Romano

O trabalho de Antonio Mendoza apresenta uma meta-colagem vertiginosa de imagens e sons em que misturam obscenamente ícones políticos, corporativos, pornográficos, religiosos e marginais. Mendoza apresenta-nos uma instância contemporânea com o efeito narcótico do digital no seu princípio ativo: a velocidade.

Tony Mendoza nasceu em Miami e cresceu em Madrid. Estudou Semiótica e expôs internacionalmente, chamando a atenção de diversas publicações. É ainda, escritor e músico no coletivo Mr. Tamale.

Desde a conceção de Interferências Xamânicas, a ideia de rede está continuamente presente. A rede começou em 2001 com o interesse de Brian Mackern em incluir nos seus soundtoys desenhos de som compostos por outros músicos. Conexão de projetos, ideias para arquiteturas sonoro-visuais internas e hibridização de musicalidades.

Brian Mackern (Uruguai) é um artista de new media art e designer de projetos web e híbridos desde 1995. É também músico, compositor e fomentador de estruturas e ambientes autogenerativos e reativos. A sua prática artística orbita áreas definidas pela memória e pela recordação, pelas geografias urbanas e cartografias afetivas, pelo ruído, a remistura, o glitch e o data bending. O seu trabalho encontra como foco maior os processos e estruturas dos ambientes reais e digitais, explorando o design de interfaces, a criação de instrumentos, animações de vídeo em tempo real, netart e arte sonora.

Esta peça consiste em gravações de radioestática (interferências elétricas em radiofrequências) causadas pela proximidade/presença da Tormenta de Santa Rosa (20 de Agosto a 8 de Setembro de 2002, Montevideo, Uruguai). A presença da tempestade é, então, desvendada pelo ‘ruído’ presente no sinal, que define a informação para o observador: a existência da própria tempestade.

Brian Mackern (Uruguai) é um artista de new media art e designer de projetos web e híbridos desde 1995. É também músico, compositor e fomentador de estruturas e ambientes autogenerativos e reativos. A sua prática artística orbita áreas definidas pela memória e pela recordação, pelas geografias urbanas e cartografias afetivas, pelo ruído, a remistura, o glitch e o data bending. O seu trabalho encontra como foco maior os processos e estruturas dos ambientes reais e digitais, explorando o design de interfaces, a criação de instrumentos, animações de vídeo em tempo real, netart e arte sonora.

Flag tem como cerne temático as bandeiras, as fontreiras, a globalização e o território. A bandeira, tanto como uma arma bélica ou como um bilhete de identidade, é uma forma de etiquetagem e classificação. Uma taxonomia, uma marca que separa igual de diferente. O digital funciona, então, como elemento desconstrutivo. As cores RGB resultam da combinação de luzes em diferentes proporções, sendo por isso efémeras, instáveis e mutáveis. Nesta obra encontramos um cenário no qual as bandeiras se misturam graças ao elemento erosivo do código, que permite a criação de novas conexões transnacionais.

Christian Oyarzún é um artista, músico e programador. Atualmente trabalha em projetos de gráfica e narrativa cyberpunk, propondo uma reflexão sobre a relação quotidiana que mantemos com as ferramentas técnicas e com os esquemas tecno-políticos que dão lugar à nossa experiência e consciência de vida.

YesWeAre é uma peça de netart, uma instalação interativa onde o utilizador/espectador é convidado a completar a frase “Yes, we are ______” (“Sim, nós somos ______”). A nova frase torna-se parte da obra, que pretende explorar visualmente a dinâmica do movimento e do ritmo na estética do HTML. YesWeAre foi construído como espaço informativo baseado em frases afirmativas e estruturas que misturam a sobreposição, o noise generativo, bem como a comunicação e a não-comunicação. O leitor/espectador reduz o uso de diferentes códigos para diferentes leituras. A ambiguidade é constante, bem como o bombardeamento de informação.

Ciro Múseres é um designer de ux/ui digital, diretor criativo e artista sediado em Buenos Aires. Trabalha nos campos das artes, design e tecnologia em diferentes media, projetos de internet, objetos, vídeo e instalações. O seu trabalho foi apresentado internacionalmente em exposições, conferências e publicações relacionadas com arte contemporânea, design e tecnologia.

Lara Croft, que foi talvez o primeiro modelo 3D a competir com os de carne e osso, é a protagonista do jogo Tomb Raider, em que a aventura se mistura com a busca de tesouros arqueológicos ocultos. Para Tomb Gallery, García usou o Tomb Raider Level Editor para desenhar os diferentes espaços e reescrever o roteiro do jogo, mantendo, no entanto, o ambiente geral da série. Garcia transforma a protagonista num avatar através do qual o público percorre e desvenda uma amostra de pinturas do próprio García, montadas nos quartos do prédio onde o jogo acontece. O autor apropria um espaço virtual, transformando-o numa galeria – a Tomb Gallery.

Daniel Garcia é um ilustrador e designer com uma forte inclinação para os problemas políticos, sociais e humanos. Conta com mais de 10 anos de experiência, tendo colaborado com diversas publicações e empresas em vários continentes.

Partindo do famoso jogo Pong, Mellado desenvolve um paradoxal jogo não interativo. O que acontece é, na verdade, uma encenação abstrata das confrontações diárias de uma fronteira.

Mellado é um artista Chileno sediado em Barcelona desde 2007. Pintor por formação, artista digital e programador por deformação. A sua obra retrata a relação exacta entre os sistemas digitais e os sistemas analógicos, políticos e sociais.

Net Art World é uma obra “time specific” que parte do intuito de mapear a produção dos artistas dedicados a net art em 2003, utilizando fontes diversas. O resultado é uma colagem no nosso ecrã, onde um artista compartilha o espaço com uma bandeira um mapa, imagens de um país – cada um selecionado de forma aleatória, sem qualquer relação entre eles. A peça funciona como uma máquina generativa de sentidos, colocando o mundo da net art e o próprio artista dentro da sua própria lógica de fragmentação e contrassentido, questionando diferentes estratégias de catalogação, classificação e construção de canon artístico.

Eduardo Navas implementa metodologias de análise cultural e humanidades digitais na sua investigação, ligando os mundos da arte e dos media culturais. A sua obra inclui projetos artísticos e media, crítica e projetos curatoriais. Apresentou as suas obras internacionalmente e colaborou com artistas e instituições em países diversos, organizando eventos e desenvolvendo novas formas de publicação e produção criativa.

Desertesejo é um projeto artístico de Gilbertto Prado desenvolvido no Programa Rumos Novas Mídias do Itaú Cultural, São Paulo, Brasil, em 2000. O projeto é um ambiente virtual interativo multiusuário construído em VRML que permite a presença simultânea de até 50 participantes. Desertesejo explora poeticamente a extensão geográfica, rupturas temporais, a solidão, a reinvenção constante e a proliferação de pontos de encontro e partilha.

Gilbertto Prado é um artista multimédia e professor, sendo ainda coordenador do Grupo Poéticas Digitais. Trabalha com arte em rede e com instalações interativas.

Para esta obra, Abreu extrai material sonoro dos hinos do México e dos EUA, processando-o através de softwares desenvolvidos por si próprio, comparando- os e obtendo como resultado das suas semelhanças e diferenças uma peça sonora e uma peça visual. Através desta operação, Abreu consegue fazer-nos refletir sobre os limites e territorialidades e, por outro lado, sobre como desativar os atavismos marciais e outros atavismos característicos dos hinos nacionais, convertendo a fusão de melodias numa música inofensiva – uma composição (pós) romântica com um toque de decadência e melancolia.

Iván Abreu é um artista e programador sediado na Cidade do México. O seu trabalho explora a veracidade e a capacidade instrumental da ciência e da tecnologia em contexto artístico, bem como o seu potencial valor poético e político.

Uma minúscula pedra gira sobre si mesma na imensidão do espaço, lentamente e sem testemunhas, no silêncio do vazio. Abreu transforma esta pedra – a Terra – numa caixa de música virtual que, com o seu som melancólico e minimalista, dá conta da presença dos próprios espectadores e do seu lugar no mundo.

Iván Abreu é um artista e programador sediado na Cidade do México. O seu trabalho explora a veracidade e a capacidade instrumental da ciência e da tecnologia em contexto artístico, bem como o seu potencial valor poético e político.

A obra, encomendada pelo Museu de Arte de Los Angeles em 2012, ano em que o calendário maia chegou ao fim, compila uma série de reflexões sobre o tema da divindade mesoamericana Quetzalcoatl e sua relação com a cultura contemporânea. Nele, o artista recorreu a várias técnicas de programação e linguagens da web 2.0, utilizando fontes iconográficas históricas e material circulante na Internet extraídas da CNN, Google ou Twitter.

Yucef Merhi é um artista, poeta e programador venezuelano, sediado em Nova Iorque. O seu trabalho é pioneiro na área da arte digital na Venezuela.

PERFORMANCES

Temporal de Santa Rosa

por Brian Mackern
9 de Novembro, 22:00

String Practice 2.3

por Adriana de Sá e John Klima
17 de Novembro, 22:00

MOTION PICTURES

Sessões de vídeo e cinema de animação americanos

Seleção MONSTRA – Lisbon Animation Festival:

  • Love, Sex and Drugs, 10 curtas-metragens de Bill Plympton
    14 de Novembro 18:00
  • CalArts – California Institute of the Arts Retrospetiva Curtas Estudantes, 22 curtas-metragens
    21 de Novembro 18:00

Seleção FUSO – Anual de Videoarte Internacional de Lisboa:

Foreign America: Nam June Paik, Steina Vasulka e Woody Vasulka

16 e 23 de Novembro, 17:30
  • A Tribute to Nam June Paik, de John Sanborn e Kit Fitzgerald
    EUA, 1982, 00:27:58, em Inglês
  • Binary Lives – Steina & Woody Vasulka, de Peter Kirby
    EUA/França, 1996, 00:43:00

Programação para o FUSO por Irit Batsry / Thanks to HEURE EXQUISE ! Centre International pour les Arts Vidéo

NITROPORTUGAL

Projeto de arte e tecnologia ao serviço do ambiente

Um projeto do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa e da Cultivamos Cultura, com o apoio da União Europeia.

WORKSHOP

Ruído e Interferências

por Brian Mackern
12 e 13 de Novembro, 20:00 – 22:00

Na sequência da colaboração iniciada na edição 2017, The New Art Fest promoverá, com a Faculdade de Belas Artes de Lisboa, uma aula prática sobre arte, eletrónica e computação, tendo por ponto de partida a obra e a presença de Brian Mackern, um dos pioneiros americanos da arte digital e do ‘bending’.

CONFERÊNCIA

American Century

17 de Novembro, 16:00

Moderador: António Cerveira Pinto
Oradores: David Blair, Jeremy Bailey, Sophia Brueckner, Tony Katai, Zoe Beloff
+ info

Política, economia e arte depois da democracia. American Century, uma conferência internacional sobre as novas agendas da arte do século 21.

Requer inscrição prévia para geral@thenewartfest.com